Pesquisadores descobrem 1.700 novas plantas no mundo
Pelo menos 1.700 novas plantas foram descobertas no último ano, de acordo com o relatório “O Estado das Plantas no Mundo”, divulgado pelos pesquisadores do Jardim Botânico Real (Kew Gardens), no Reino Unido, na quarta-feira. De acordo com o levantamento, no âmbito alimentar, a descoberta mais significativa foi a existência de 11 novas espécies de mandioca, encontradas no Brasil.
Embora uma grande quantidade de novas plantas tenha sido descoberta, os cientistas alertam que algumas delas já correm risco de extinção. O trabalho dos chamados “caçadores de plantas” é uma estratégia para ajudar a resguardar recursos para as próximas gerações.
Em meio a novos tipos de alcaparras, gengibre, cana-de-açúcar, e outros itens alimentícios, os pesquisadores apontaram a descoberta de 11 espécies novas de mandioca, no Brasil, como o achado mais importante no âmbito alimentar. Segundo eles, a identificação desses novos tipos irá fornecer uma variedade maior de alimentos para a população que vive nos trópicos.
Uma das espécies selvagens de mandioca foi encontrada em Alto Paraíso de Goiás por cientistas brasileiros e, de acordo com o relatório, tem potencial para desenvolver novas culturas capazes de resistir ao aquecimento global e ser utilizada no combate a doenças.
” É realmente importante encontrar essas novas espécies porque elas podem ter o código genético – ou a chave – para culturas de alimentos mais resistentes a pragas e patógenos e às mudanças climáticas no futuro “, afirmou a pesquisadora Kathy Willis, diretora de ciência do Jardim Botânico Real (Kew Gardens).
O levantamento identificou um bambu no Madagascar que produz uma flor de espinhos parecida com um ouriço. A informação mais impressionante, no entanto, é que para desenvolver uma estrutura do tipo a planta leva pelo menos uma década e, algumas vezes, até meio século.
Foram descobertas ainda 29 novas begônias em florestas da Malásia, novas rosas e espécies da família das balsamináceas – conhecidas no Brasil como “maria-sem-vergonha”- na China; outros tipos de violetas também foram identificadas na Turquia.
O relatório do Kew Gardens reuniu informação de que, em todo mundo, cerca de 28 mil plantas estão registradas como destinadas ao uso medicinal. Somente no madagascar, 1600 espécies de plantas estão em extinção.
“Se perdermos culturas e plantas que fornecem capital natural realmente importante para o bem estar humano- como plantas que reduzem o dióxido de carbono da atmosfera, destinadas a medicamentos, e combustíveis- então será o fim da humanidade”, afirmou Willis.