Suíça testa painéis solares em trilhos de trem

A energia solar é uma das fontes energéticas que mais cresce no mundo. Indo além das instalações em telhados ou grandes usinas, diversas inovações têm surgido para aproveitar o potencial energético da luz solar. Uma iniciativa recente, neste sentido, vem sendo implementada pela startup Sun-Ways, que vai implantar painéis solares removíveis ao longo de trilhos ferroviários na Suíça.

O projeto-piloto terá início no sistema público de trem da Suíça Ocidental, próximo à estação de Buttes. Pré-montados, os painéis possuem um metro de largura, são posicionados diretamente entre as linhas de trem e presos aos trilhos por meio de um mecanismo de pistão. As unidades são removíveis e uma máquina desenvolvida pela empresa é usada para instalar e retirar mecanicamente os painéis. É “como desenrolar um tapete”, afirma a Sun-Ways.

De acordo com a startup, toda a eletricidade produzida pelo sistema fotovoltaico irá para a rede elétrica e será usada para alimentar casas, uma vez que usá-la nas próprias operações ferroviárias seria um processo mais complicado.

Entre as desvantagens apontadas sobre o novo produto estão o fato de que os painéis podem sofrer microfissuras, podem aumentar o risco de incêndios em áreas verdes e até distrair os maquinistas com reflexos. No entanto, a Sun-Ways garante que o seu modelo de painel é mais resistente em comparação aos convencionais e que ainda podem ter um filtro anti-reflexo para evitar acidentes com os maquinistas. Outros pontos de melhoria estão em desenvolvimento.

Potencial

A rede ferroviária suíça tem extensão total de 5.317 quilômetros. Neste caso, as células fotovoltaicas cobririam uma área do tamanho de 760 campos de futebol. Se tudo fosse coberto por painéis solares, excluindo túneis e regiões com pouca luz solar, o sistema poderia produzir 1 Terawatt-hora de energia solar por ano – sendo equivalente a 30% do consumo das empresas de transporte público na Suíça e 2% das necessidades de eletricidade do país.

A Sun-Ways ainda pretende ampliar seu alcance para outras áreas da Europa nos próximos anos, o que inclui os países vizinhos da Alemanha, Áustria e Itália, além dos Estados Unidos e a Ásia. “Acreditamos que 50% das ferrovias do mundo poderiam ser equipadas com o nosso sistema”, afirmou o cofundador Baptiste Danichert ao site de notícias Swissinfo.

O projeto está programado para entrar em operação em maio de 2023.

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