Encontrada nova espécie de tartaruga gigante em Galápagos
Pesquisadores equatorianos e internacionais descobriram que uma das populações de tartarugas gigantes que habitam a Ilha Santa Cruz, no arquipélago de Galápagos, pertence a uma nova espécie. A informação foi confirmada pelo Ministério do Meio Ambiente local.
“Historicamente, considerava-se que as duas populações de tartarugas gigantes que moram na ilha Santa Cruz, pertenciam à mesma espécie. Mas novos estudos genéticos determinaram (…) que as tartarugas que moram no lado oriental da ilha Santa Cruz, ao redor da área conhecida como como “Cerro Fatal”, correspondem a uma nova espécie, diferente das que moram na parte ocidental”, informou o órgão em comunicado.
A espécie foi batizada como Chelonoidis donfaustoi, em homenagem a Fausto Llerena, cuidador do “Lonesome George” (“George Solitário”, em português), o último exemplar da espécie Chelonoidis abigdoni que habitava outra ilha, morto há três anos.
Os cientistas descobriram também que a população desses animais é bem pequena. São cerca de 250 a 300 exemplares, segundo a pesquisa, que foi liderada por Gisella Caccone, da universidade norte-americana de Yale.
– Essa descoberta integra o processo de compreensão sobre o histórico da evolução desse grupo que inspirou Charles Darwin quando ele visitou as ilhas e certamente contribuiu para o desenvolvimento da teoria dele sobre a evolução por seleção natural – disse Gisella.
Os estudos começaram em 2002, quando dois pesquisadores acreditaram que estas tartarugas deveriam ser de uma espécie diferente em função do formato do casco diferenciado. Diante disso, foram analisadas cerca de dez amostras genéticas. Em 2005, resultados preliminares já sugeriam que se tratava de uma espécie diferente, até que veio a confirmação. Apesar da diferença de casco, a principal distinção é o nível genético.
As Ilhas Galápagos representam um dos únicos locais habitados por tartarugas gigantes, junto com o atol de Aldabra, no Oceano Índico. As tartarugas de Galápagos se alimentam de gramas, folhas, cactus e frutas, mas podem sobreviver até um ano sem comida ou água.
Classificadas como espécies ameaçadas de extinção, elas eram caçadas por marinheiros que as escondim nos porões dos navios para serem usadas como alimento durante longas viagens marítimas.
Estima-se que existiam 15 espécies de tartarugas em Galápagos, das quais quatro já foram extintas: Chelonoidis abigdoni (da Ilha Pinta), Chelonoidis fhantastica (Ilha Fernandina), Chelonoidis sp (Ilha Santa Fe) e a Chelonoidis elephantopus (Ilha Floreana).