UE intensifica política verde
A União Europeia planeja colocar em prática uma tarifa sobre emissões de carbono (CO2) das importações de produtos de países de fora do bloco econômico. Segundo informações do Financial Times, o futuro Mecanismo de Ajustes das Fronteiras de Carbono pode afetar setores como aço, ferro, cimento, fertilizantes, alumínio e eletricidade.
O chamado crédito de carbono visa a diminuição dos gases de efeito estufa para minimizar os danos ambientais ligados às mudanças climáticas. Esses créditos fazem parte de um sistema de flexibilização que auxilia os países que possuem metas de redução da emissão de gases poluentes a alcançá-las, como é o caso dos membros da União Europeia, que têm como objetivo reduzir as emissões médias de CO2 em 55% até 2030.
Quando um país consegue cumprir sua meta, recebe uma certificação emitida pelo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. Essas certificações geram um crédito que pode ser utilizado como moeda de negociação com outros países que não tenham atingido seus objetivos.
O Mecanismo de Ajustes das Fronteiras de Carbono da UE ainda não foi finalizado, mas a Comissão Europeia pretende implementar o imposto gradualmente a partir de 2023 para permitir às empresas um período de transição para ajustar e garantir a menor perda possível sobre as operações comerciais. A ação deve permitir que Bruxelas arrecade quase € 10 bilhões por ano — recursos que poderão ser utilizados para pagar dívidas de recuperação conjunta da UE.
Preocupação
Parceiros comerciais da UE, liderados pela Rússia, estão preocupados com a nova tarifa e temem ser impactados. Isso porque, de acordo com analistas e autoridades, o imposto resultaria em sobretaxas para grupos russos que buscam acessar o mercado do bloco econômico. De acordo com o Ministério de Recursos Naturais da Rússia, as estimativas dos custos potenciais variam de US $ 3 bilhões por ano, entre 2022 e 2030.
Enquanto isso, a preocupação dos Estados Unidos é de que o imposto seja incompatível com as negociações em andamento para um acordo fiscal global.