Os sete passos a dar para a moda ser sustentável
A eficiência no uso de água, energia e produtos químicos é uma das sete prioridades para se alcançar uma moda sustentável, de acordo com o relatório divulgado pelo fórum Global Fashion Agenda.
O relatório, com diagnóstico e recomendações sobre investimentos para transformar o modo de como se produz roupas e calçado, surge no âmbito do Copenhagen Fashion Summit, evento mundial sobre sustentabilidade na moda que se reune amanha, dia 15, e quarta-feira, 16, na capital dinamarquesa.
O documento do Global Fashion Agenda refere que atualmente a indústria conta apenas com um pequeno grupo de “campeões da sustentabilidade” (que não chega a valer 3% do valor do mercado mundial), e lamenta o “nível preocupante de inércia” representado pelo facto de quase metade das empresas do setor não incorporarem qualquer medida de avanço ambiental ou social nas suas estratégias de negócios. Para colmatar essa carência, são apresentados 7 pontos que, a serem cumpridos, encaminham as empresas para um futuro mais sustentável.
1. Transparência na cadeia de fornecimentos
As empresas devem rastrear e identificar os fornecedores de primeiro e segundo nível, para controlar onde e são feitos os seus produtos são feitos, além de conhecer a origem da matéria-prima empregada nessa produção. O relatório recomenda mesmo que marcas e retalhistas divulguem, pelo menos anualmente, a lista dos seus fornecedores, uma vez que “a rastreabilidade é um pré-requisito para identificar e melhorar o impacto ambiental, social e ético da produção de moda”;
2. Uso eficiente de água, energia e produtos químicos
As empresas devem adoptar programas que visem a redução do consumo de água, energia e produtos químicos através da utilização mais eficaz destes recursos;
3. Bom ambiente nas relações de trabalho em toda a cadeia
A preocupação com a existência de um bom ambiente nas relações de trabalho não deve limitar-se ao interior da empresa mas estender-se a toda a cadeia, pelo que devem ser adoptadas políticas específicas neste sentido;
4. Ampliar o mix da matéria prima
As empresas devem comprometer-se a proceder uma busca incessante de novos materiais mais sustentáveis, obtidos com métodos de fabricação menos poluentes ou que consumam menos recursos naturais, que sejam biodegradáveis e desenvolvidos para facilitar o processo de reciclagem;
5. Criar um ciclo sustentável
Evitar o desperdício, numa escala industrial, é outra das prioridades, de modo a que a indústria de moda seja capaz de produzir peças inovadoras susceptíveis de serem recicladas ou reutilizadas. Segundo o relatório, atualmente menos de 15% das roupas são recolhidas para reciclagem e menos de 1% do material usado é reciclado em roupas novas no mundo;
6. Melhorar os salários
Apesar das marcas e retalhistas não terem poder para definir os salários pagos a montante, o relatório recomenda que elas exijam aos seus fornecedores que cumpram as legislação dos seus países bem como as boas práticas, não só a nível social mas também ambiental;
7. Acertar o relógio pela 4ª Revolução Industrial
As empresas não podem perder o comboio da 4ª Revolução Industrial (aka Indústria 4.0) e, para além de colherem os benefícios do avanço da tecnologia digital, devem também estudar como minimizar os impactos negativos da digitalização da produção, como, por exemplo, a redução do volume de emprego.