Estúdio cria garrafa de suco “descascável” e comestível
Uma garrafa de suco compostável cujo material pode se fragmentar em espiral como uma casca de laranja é a mais nova invenção do estúdio de design sueco Tomorrow Machine. Como alternativa às embalagens plásticas, a empresa desenvolveu o recipiente usando amido de batata.
Diversas embalagens disponíveis no mercado atualmente podem ser recicladas, mas não são. A mistura de materiais que compõem uma mesma embalagem (e que não podem ser separados) ou até mesmo processos de reciclagem não rentáveis explicam algumas das razões que limitam o índice de reciclagem em apenas 4% no Brasil, por exemplo, segundo a Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais).
Uma possível solução para reduzir a dependência da reciclagem é criar produtos que já em sua concepção sejam mais fáceis de serem compostados. É o que busca a Tomorrow Machine ao criar a garrafa “descascável”. Apelidada de GoneShells, trata-se de uma garrafa projetada para armazenar produtos alimentícios, como suco, e que, após o uso, o recipiente pode ser ingerido, compostado ou dissolvido em água sem contaminá-la.
De formato curvo, a garrafa é revestida com uma barreira de base biológica e resistente à água tanto no interior quanto no exterior. Ainda inclui uma tampa verde à base de fécula de batata e é livre de componentes sintéticos.
Um ponto importante da embalagem é que antes que seu processo de degradação seja ativado, isto é, desfazer a garrafa propositalmente ou mergulhá-la em água, ela manterá sua estrutura como uma garrafa plástica tradicional. Além disso, o produto pode ser feito usando equipamentos de fabricação existentes – não exigindo novas tecnologias especialmente desenvolvidas para a nova garrafa.
Ainda em fase de protótipo, a garrafa está sendo desenvolvida em colaboração com a empresa de sucos alemã Eckes Granini, que possui a marca de sucos natural Brämhults Juice na Suécia. Um dos pontos centrais do produto foi desenvolver uma embalagem cuja vida útil corresponde ao conteúdo interno que carrega – diferente dos milhões de recipientes que se acumulam em aterros sanitários todos os dias em todas as partes do mundo.