Oficina ensina técnicas eficientes de bioconstrução

Uma Oficina de Bioconstrução no interior de São Paulo busca despertar um “novo olhar para a construção de casas e para o próprio significado de moradia”. Para isso, o permacultor Edilson Cazeloto propõe uma experiência sensorial, lúdica e coletiva: erguer paredes de barro usando duas técnicas ancestrais e altamente eficientes: o pau a pique e cob.

A bioconstrução se baseia no princípio de que qualquer pessoa consegue construir sua própria casa utilizando materiais de baixo impacto ambiental. As técnicas a serem aplicadas usam apenas quatro matérias-primas locais: terra, capim, bambu e água.

A oficina será realizada nos dias 20 e 21 de agosto, no Sítio Pau d’ Água, em Piracaia, a apenas 100 Km da capital paulista.

Entenda as técnicas de bioconstrução

O pau a pique (taipa de mão ou taipa de sopapo) consiste no entrelaçamento de madeiras verticais fixadas e horizontais, geralmente bambus, que são preenchidas com barro amassado misturado com palha seca.

Já as paredes de cob, que são quase tão resistentes quanto o concreto, costumam ser feitas somente de barro argiloso adicionado de um pouco de palha e água. A vantagem é que a palha é muito abundante na região e pode ser obtida gratuitamente.

Curso vai além da técnica

Ao colocar as mãos e os pés no barro, cada participante é convidado a refletir sobre o que seria uma construção sustentável nos dias de hoje. Uma casa sustentável é aquela que, além de ingredientes não agressivos ao meio ambiente, o dono deixou suas marcas nas paredes.

Uma das partes mais divertidas da Oficina de Bioconstrução é amassar o barro com os pés descalços. Vira uma festa.

As pessoas se abraçam, cantam, dançam. Por trás da farra, existe a técnica. Ao pisar no barro, as pessoas sentem a textura da massa que se forma e percebem se está ela pronta para ser usada na parede.

Confira o depoimento de quem fez o curso de bioconstrução.

Edilson Cazeloto

Ex-professor de pós-graduação e ex-jornalista, Edilson Cazeloto estava no auge da carreira quando decidiu largar tudo para morar na roça. Atualmente é o guardião do Sítio Pau d’ Água, um antigo pasto que foi reflorestado e se transformou em uma escola de alfabetização ecológica.

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