Startup mexicana transforma bitucas de cigarro em celulose limpa
Fumar faz mal para a saúde. O hábito está relacionado ao desenvolvimento de alguns tipos de câncer, compromete a capacidade respiratória, a saúde e aparência da pele, entre uma lista enorme de malefícios.
E fumar também faz mal ao meio ambiente. As bitucas, resíduo que sobra nas mãos de fumantes depois de um cigarro, são muitas vezes jogadas no chão. Dos cigarros vendidos todos os anos, estonteantes 4,5 trilhões não acabam no lixo.
Em vez disso, eles entram em ruas, parques, praias, rios, lagos e oceanos, onde lixiviam nicotina, metais pesados e outras toxinas antes de se transformarem em microplásticos.
Mesmo quando jogadas em latas de lixo, as bitucas representam um problema ambiental. Estima-se que cada bituca possa conter até 7 mil substâncias químicas e uma simples bituca pode poluir 50 litros de água.
Uma startup mexicana encontrou na natureza a solução para dar o tratamento e um novo destino a este poluente. A Ecofilter trata as bitucas usando um fungo, o Pleurotus ostreatus, também conhecido como cogumelo ostra, que se alimenta das bitucas e elimina as toxinas em cerca de 30 dias. O que sobra deste processo é a polpa de celulose do resíduo que, sem as toxinas, pode ser transformada em produtos de papel.
A primeira estação de tratamento da Ecofilter já foi inaugurada em Tlajomulco. Para coletar as bitucas, etapa fundamental para que elas tenham o destino e tratamento correto, a startup trabalha com duas organizações no México, a Para bien o para mal e a Colillatón, que recolhem garrafas plásticas cheias de bitucas de cigarro que as pessoas guardaram para reciclar.