Poluição do ar é inimiga da geração de energia solar na China

Novo estudo mostra que o país poderia gerar muito mais energia e dinheiro com sua vasta capacidade instalada de painéis solares.

Se a saúde de sua população já não fosse o suficiente, a China acaba de ganhar um motivo a mais para continuar sua luta contra a poluição do ar: a perda de geração da sua enorme capacidade fotovoltaica.

Foi o que mostrou um estudo realizado pelo Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETHZ) em parceria com a Universidade de Amsterdã, que coletou dados de radiação solar de 119 estações em todo a China.

Os pesquisadores então compararam essas informações com as emissões industriais do país entre os anos de 1960 e 2015, chegando à conclusão que elas foram responsáveis por uma queda de até 15% nos níveis de radiação na China.

Essa aparentemente pequena porcentagem representa enormes perdas para o país, líder mundial em energia solar com 174,63 gigawatts (GW) de capacidade fotovoltaica instalada em 2018 e com uma meta de 400 GW até 2030.

O país também é hoje o maior produtor da tecnologia no mundo, apresentando o menor preço da energia solar e responsável por mais de 60% dos painéis comercializados no mundo.

Segundo o estudo, caso conseguisse retornar aos níveis de radiação de 1960, a China poderia ter gerado até 14 Terawatts-hora (TWh) a mais de energia em 2016.

Até 2030, esse adicional seria de até 74 TWh. Em termos financeiros, os autores afirmam que isso representaria cerca de US$ 1,9 bilhão em 2016 e até 6,7 bilhões de dólares em 2030.

A poluição impacta a geração solar em três diferentes formas: o acúmulo sobre a superfície das placas, a dispersão/absorção da luz pelas partículas de aerossol e a formação de nuvens causada pela reação química dos poluentes.

Em 2017, um time de cientistas americanos e indianos já havia afirmado que a poluição do ar poderia estar afetando a geração solar em algumas regiões do mundo, como a China e a Índia.

EcoDebate