Ranking do Saneamento: veja as cidades com melhores e piores serviços
O Instituto Trata Brasil acaba de apresentar a 15ª edição do Ranking do Saneamento com o foco nos 100 maiores municípios do Brasil. O relatório faz uma análise dos indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano de 2021, publicado pelo Ministério das Cidades.
O cenário nacional aponta que a falta de acesso à água potável impacta quase 35 milhões de pessoas. Além disso, cerca de 100 milhões de brasileiros não possuem acesso à coleta de esgoto, refletindo em problemas na saúde da população que diariamente sofrem, hospitalizadas por doenças de veiculação hídrica.
O país ainda tem grandes dificuldades com o tratamento do esgoto, do qual somente 51,20% do volume gerado é tratado – isto é, mais de 5,5 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são despejadas na natureza diariamente.
“Nesta edição do Ranking, é observado que além da necessidade de os municípios alcançarem o acesso pleno do acesso à água potável e atendimento de coleta de esgoto, o tratamento dos esgotos é o indicador que está mais distante da universalização nas cidades, mostrando-se o principal gargalo a ser superado”, ressalta Luana Pretto, Presidente Executiva do Trata Brasil.
Destaques do Ranking de Saneamento 2023
Nesta edição, o ranking destaca os municípios que variaram mais de dez posições, de forma positiva ou negativa, em relação ao ranking de 2022. Entre os municípios com variação positiva estão: Cuiabá, Niterói, Vila Velha, Vitória e Sorocaba. Por outro lado, Belo Horizonte e Anápolis foram as cidades que apresentaram variação negativa no relatório.
No caso da capital mineira, o principal indicador que demonstrou piora foi no de ligações de água, sofrendo uma redução de 53,65 pontos percentuais. Além disso, piorou todos os três indicadores de perdas de água. Já em Anápolis (GO) houve leve piora nos indicadores total e urbano de atendimento de água.
Melhores e piores cidades em saneamento
Ao analisar as 20 melhores cidades contra as 20 piores cidades, observamos que há diferenças nos indicadores de acesso: enquanto 99,75% da população das 20 melhores têm acesso à redes de água potável, nos 20 piores municípios o número é de 79,59% da população. A porcentagem com rede de coleta de esgoto é ainda mais discrepante: 97,96% da população nos 20 melhores municípios têm acesso aos serviços, enquanto somente 29,25% da população nos 20 piores municípios são assistidos, diferença de 68,71 pontos percentuais.
Outro dado alarmante é a diferença de 340% no indicador de tratamento de esgoto entre os 20 municípios mais bem posicionados em relação aos 20 piores. Enquanto o primeiro grupo tem em média 80,06% de cobertura, o grupo dos piores oferece apenas 18,21% à população.
O estudo evidencia que a configuração do grupo de melhores e piores nos indicadores de saneamento continua semelhante. Dos 20 melhores municípios do Ranking de 2023, oito são do estado de São Paulo, seis do Paraná, um de Minas Gerais, um do Rio de Janeiro, um do Tocantins, um da Paraíba, um da Bahia e de Brasília, no Distrito Federal.
Ainda em relação aos melhores casos, houve uma surpresa positiva: pela primeira vez na história do Ranking do Saneamento, um município obteve nota máxima em todas as dimensões analisadas. Trata-se de São José do Rio Preto (SP) – a cidade paulista apresentou os indicadores dos serviços básicos alinhados com as metas previstas pelo Marco Legal do Saneamento.
Dentre os 20 piores municípios do Ranking de 2023, destaca-se que quatro são do estado do Pará, quatro do Rio de Janeiro, e dois do Rio Grande do Sul. Do restante, quatro pertencem à macrorregião Norte, quatro situam-se na macrorregião Nordeste, um na região Centro-Oeste, e outro na região Sudeste.
Veja abaixo os 20 melhores municípios
São José do Rio Preto (SP)
Santos (SP)
Uberlândia (MG)
Niterói (RJ)
Limeira (SP)
Piracicaba (SP)
São Paulo (SP)
São José dos Pinhais (PR)
Franca (SP)
Cascavel (PR)
Ponta Grossa (PR)
Sorocaba (SP)
Suzano (SP)
Maringá (PR)
Curitiba (PR)
Palmas (TO)
Campina Grande (PB)
Vitória da Conquista (BA)
Londrina (PR)
Brasília (DF)
Veja abaixo os 20 piores municípios
Macapá (AP)
Marabá (PA)
Porto Velho (RO)
Santarém (PA)
São Gonçalo (RJ)
Belém (PA)
Rio Branco (AC)
Maceió (AL)
Várzea Grande (MT)
Ananindeua (PA)
Duque de Caxias (RJ)
São João de Meriti (RJ)
Gravataí (RS)
Jaboatão dos Guararapes (PE)
São Luís (MA)
Belford Roxo (RJ)
Pelotas (RS)
Manaus (AM)
Cariacica (ES)
Caucaia (CE)
A tabela completa com os 100 municípios do ranking pode ser acessada pelo site do Instituto Trata Brasil e o relatório completo da edição 2023 você pode ler aqui.