Película de casca de batata substitui plástico filme
Um bioplástico compostável produzido a partir de restos de alimentos. Esta é a aposta da empresa australiana Great Wrap para substituir o plástico filme – material tão comum nas cozinhas como danoso ao meio ambiente.
A película é feita com amido extraído de cascas de batata misturado a outros ingredientes, incluindo óleo de cozinha usado e mandioca. Segundo a companhia, o resultado é um material com qualidades de textura e desempenho semelhantes ao filme plástico à base de petróleo, mas que se decompõe em menos de 180 dias em um sistema de compostagem doméstico.
“O Great Wrap se decompõe da mesma forma que os restos de comida. Ele combina perfeitamente com seu lixo orgânico para ser compostado em solo rico de nutrientes e pronto para ser reaproveitado”, garante Julia Kay, co-fundadora.
Aliás, a Great Wrap é uma grande entusiasta da compostagem de resíduos orgânicos. Cerca de “um terço dos alimentos do mundo é desperdiçado, totalizando 1,3 bilhão de toneladas de desperdício de alimentos a cada ano. Estas grandes quantidades de resíduos que vão para aterros levam a níveis crescentes de emissões de gases com efeito de estufa. A compostagem sequestra o carbono da atmosfera, ajudando a compensar sua própria pegada de carbono. Se você ainda não faz compostagem, é hora de começar”, incentiva a empresa.
Substituindo plásticos convencionais
O material compostável, comercializado em dispensadores coloridos de plástico reciclado, é resultado do trabalho de uma equipe de biodesigners, engenheiros e cientistas. A ideia é tanto vender o produto para o consumidor final como para indústrias.
O único ponto que não fica claro na operação da companhia é por que a empresa que tem sede em Vitória, na Austrália, obtém os resíduos de batata de um fornecedor no estado norte-americano de Idaho. Uma grande pegada de carbono poderia ser evitada se os resíduos fossem obtidos localmente.
Em entrevista ao site Dezeen, Julia Kay afirmou que a empresa está atualmente analisando opções de fabricação local e que, à medida que expande o negócio, buscará matérias-primas de cada região. Até o final de 2022, uma filial será inaugurada nos Estados Unidos e este pode ser o foco do negócio – o que explicaria a questão.
“Se todo o plástico de uso único do mundo fosse substituído por bioplástico compostável feito de resíduos de alimentos, resíduos florestais, águas residuais, algas marinhas ou outros materiais biológicos, poderíamos ter um impacto imediato e profundo nas mudanças climáticas e na poluição plástica”, acredita a companhia.
Muitas famílias se acostumaram com as facilidades dos plásticos descartáveis e, para além de conscientizá-las da importância de reduzir a produção de lixo, oferecer alternativas ecológicas é um bom caminho para quem está começando a se inteirar no tema sustentabilidade. No Brasil, tecidos encerados são o principal substituto ecológico para plástico filme ou papel alumínio.