Reino Unido vai testar estrada elétrica para caminhões
O Governo do Reino Unido anunciou um investimento de 20 milhões de libras esterlinas para acelerar a transição do transporte rodoviário de mercadorias para “emissões zero”. Entre os projetos a serem testados, está em análise um estudo de viabilidade para construir estradas elétricas, isto é, que recarrega a bateria dos veículos em movimento.
O plano é testar a tecnologia da Siemens Mobility, já usada em outros países, em que caminhões são anexados a cabos aéreos nas estradas para rodar usando eletricidade. A lógica é semelhante ao usado em ônibus trólebus: os veículos estão conectados a uma fonte elétrica que o impulsiona. Cada veículo também será equipado com bateria, de modo que poderá se desprender dos fios e chegar até o destino sem emitir gases poluentes.
A tecnologia, batizada de eHighways, possibilita “reduzir o uso de combustíveis fósseis e os custos operacionais de caminhões, eliminando ao mesmo tempo as emissões locais, como CO2 e óxidos de nitrogênio”, afirma a companhia Siemens.
Um estudo de nove meses investigará a viabilidade deste sistema em quilômetros de extensão, que ligará um porto, um centro de logística e um aeroporto no norte da Inglaterra.
O financiamento para o projeto será concedido a um consórcio de negócios formado pela Siemens Mobility, Scania, Costain, The Center for Sustainable Road Freight (Cambridge University e Heriot-Watt University), ARUP, Milne Research, SPL Powerlines, CI Planning, BOX ENERGI e Possible. O investimento integra o Plano de Descarbonização do Transporte apoiado por meio da agência governamental Innovate UK.
Além disso, também serão testados caminhões com célula de combustível a hidrogênio verde na Escócia.
Grandes veículos, grande poluição
Apostar em elétricos e outros veículos menos poluidores é essencial para a logística urbana. Veículos pesados transportam alimentos e produtos de consumo e é preciso que os governos tenham a agenda climática à frente de qualquer plano de mobilidade. No caso do Reino Unido, o governo acredita que as iniciativas anunciadas ajudarão a projetar e desenvolver, nacionalmente, veículos pesados de mercadorias (HGVs) com baixo custo e emissão zero, além de sua infraestrutura de abastecimento.
No Brasil, apesar de uma pesquisa, em 2018, apontar que os caminhões são os maiores emissores de carbono no setor de energia, as ações para melhorar este cenário são incipientes. Algumas poucas empresas têm adotado o uso de veículos elétricos para a entrega de produtos. É o caso da B2W Digital, dona das marcas Americanas, Submarino, Shoptime e Sou Barato, que comprou uma frota de 90 tuk-tuks elétricos. Também a Ambev, recentemente, anunciou a compra de 100 caminhões elétricos e a meta de chegar a 1.600 unidades até 2025.