Energia eólica começa 2021 em alta no Brasil
Segunda fonte de geração de energia elétrica em capacidade instalada no Brasil, o setor eólico começou 2021 em alta, após fechar 2020 com aumento na geração de 1,5%, destoando da tendência geral de queda de 1,6%, considerando os resultados de todas as fontes.
Os dados preliminares da primeira quinzena de fevereiro da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) apontam aumento de 55,2% na geração eólica em relação ao mesmo período de 2020.
Em janeiro, o crescimento na geração por meio de fontes eólicas foi expressivo: 98,6% maior em relação ao ano passado. Os motivos são a maior capacidade instalada em um ano, entre janeiro de 2020 e janeiro de 2021, e a produção abaixo da esperada registrada no primeiro mês do ano passado.
Tanto a CCEE quanto a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) têm expectativas otimistas para o desempenho e a ampliação do setor, que atingiu a marca de 18 GW de capacidade instalada.
2021 apresenta expansão
O aumento da infraestrutura produtiva é apontado como o motivo do crescimento. Em fevereiro de 2021, o Brasil contabiliza 695 parques eólicos e mais de 8,3 mil aerogeradores, que somam 18 GW de capacidade instalada. Os números consideram usinas em pleno funcionamento e aquelas que operam em testes autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O desenvolvimento do setor ainda é confirmado pela fiscalização da Aneel. Em janeiro, o setor vistoriou diferentes locais de produção e aprovou a geração de 159,67 MW em energia no Brasil. A maioria, 135,99 MW ou 85% do total, estava em empreendimentos eólicos. A menor parte vem de pequenas centrais hidrelétricas (11%) e de termelétricas (4%).
As novas unidades eólicas autorizadas estão em seis estados, sendo quatro no Nordeste. Os destaques são Ceará, com aproximadamente 54,6 MW, e Bahia, com 33,6 MW. A Aneel ainda autorizou oito usinas a entrarem em teste, chegando a 61 unidades nesse estágio.
Leilões podem aumentar capacidade
Os contratos já firmados após leilões da Aneel apontam para a manutenção da tendência de desenvolvimento e de crescimento do setor. A ABEEólica prevê que o volume projetado e a capacidade instalada alcancem 28 GW até 2024.
Os reflexos da pandemia devem causar queda nos leilões do Ambiente de Contratação Regulada (ACR), no entanto, a presidente da ABEEólica, Elbia Gannoun, ressalta que a expansão do setor eólico no Ambiente de Contratação Live (ACL) equilibra o cenário.
“Estes números podem ser ainda maiores, porque não captam completamente o bom desempenho do mercado livre, que vai se somando a esses valores conforme os novos contratos vão sendo fechados. E temos que lembrar que, de 2018 a 2020, o ACL foi responsável por uma maior contratação que o ACR no caso de eólicas. E, mesmo nos leilões regulados, ainda que eles possam ser menores, sabemos que as eólicas tendem a ter um papel importante pela sua competitividade e pelo que sinaliza o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2029”, projeta Elbia Gannoum, Presidente da ABEEólica, em entrevista ao site da associação.
Energia limpa é vantagem para retomada econômica
A ABEEólica indica ainda que o investimento em fontes de energia limpa e renovável será visto como uma vantagem para a retomada econômica. Afinal, estas fontes contribuem para o combate ao aquecimento global por não emitir gases do efeito estufa e apresentar benefícios econômicos e ambientais.
“No caso do Brasil, a boa notícia é que temos como uma das suas principais vantagens comparativas em relação a uma grande maioria dos países o fato de sermos uma potência energética com uma grande diversidade de energias limpas. E, no caso das eólicas, tem ainda o fato de que o Brasil possui um dos melhores ventos do mundo, o que significa energia muito competitiva.” Elbia Gannoum, Presidente da ABEEólica.
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