O setor de energia solar sente o impacto do Covid-19 e ainda assim prevê crescimento de 260%

O setor de energia fotovoltaica teve uma parada abrupta em decorrência à pandemia que assolou o mundo, afetando a importação, distribuição e a expansão do mercado. A rápida escalada do Covid-19 pelo mundo atingiu diversos setores causando um efeito devastador na economia global.

De acordo com o CEO da We Brazil Energy, todos os setores estão passando por dificuldades, o de energia fotovoltaica não é diferente, porém, a empresa tem na criatividade a principal aliada. “A gente tinha uma programação grande estabelecida com algumas fábricas quando começou. Focamos no trabalho home office e temos investido muito em marketing com toda a equipe comercial focada em vendas futuras, dando condições especiais a nossos clientes e parceiros. Também estamos buscando negociações junto aos nossos fornecedores para melhores condições de pagamento, além de desenvolver e incrementando ferramentas tecnológicas para assistência à distância aos franqueados”, explica Alex.

Alex conta ainda que as fábricas chinesas já tem disponibilidade de embarque, mas ainda não na velocidade que ofereciam anteriormente. “Algumas fábricas estão 95% automatizadas na produção, então a retomada é mais rápida. O que pode afetar a decisão de novos pedidos, além da disponibilidade das fábricas, é a disparada do dólar globalmente, em reação aos efeitos da crise do vírus e da queda de preço do petróleo. Não é só a questão cambial, os equipamentos fotovoltaicos podem encarecer ou ao menos desacelerar sua queda de preços por causa do Covid-19”, conta.

O gerente de engenharia da We Brazil Energy, Sílvio Carnieri, explica que o mercado de energia fotovoltaica é totalmente dependente da China, mesmo que existam fabricantes também no Brasil, Estados Unidos e Alemanha. “Para que as vendas sejam viáveis e vantajosas, os custos precisam ser equilibrados. O custo da produção nacional, por exemplo, chega a 25% a mais que o importado. Alemanha e EUA, dentre outros, poderiam suprir essa demanda, mas o custo se torna inviável para o mercado ainda mais com a alta do dólar.”

Sílvio acrescenta ainda que mesmo com tais obstáculos, o mercado enxerga uma projeção de crescimento no setor. “É esperado um crescimento de 260% na geração distribuída solar fotovoltaica em comparação ao volume anual de 2019”, diz Sílvio. Esse número foi divulgado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), que acrescentou embora a crise atinja também o mercado de energia solar, o setor ainda deverá gerar mais de 120 mil empregos no ano, além de novos investimentos privados que poderão ultrapassar a cifra de R$ 19,7 bilhões este ano.

segs