Barco movido à energia solar é atração nas águas do Rio Mimoso, em Bonito
Com motor elétrico, veículo é silencioso e abastecido 100% com energia limpa.
Um barco movido à energia solar é a nova atração para quem vai passear em Bonito (MS), um dos principais cenários de ecoturismo do Brasil, e segue regras rígidas de preservação da natureza. Nomeado de Biguá, uma das aves aquáticas mais avistadas na zona rural do município, o barco fica na Estância Mimosa, distante 25,3 km em relação ao centro de Bonito. Seu modelo é o Safari 7.0 M, equipado com duas placas solares adaptadas para tocar o motor elétrico e capacidade para 15 pessoas sentadas.
As vantagens são inúmeras. Além de silencioso, o barco é movido a energia 100% limpa. Segundo Thyago Sabino, gerente da Estância Mimosa, a aquisição do barco é uma importante inovação, especialmente em um estado que tem o turismo de natureza como carro-chefe.
“Além de conciliar modernidade, tecnologia sustentável, o Biguá vai ao encontro com o que desejamos oferecer: a experiência de integração na natureza com equipamentos modernos, seguros e confortáveis para nossos visitantes”, afirmou o gerente.
O passeio sustentável percorre um trecho de 500 metros pelo Rio Mimoso, passando por paisagens deslumbrantes com cachoeiras, mirantes e morros. E para isso, o barco é alimentado pela energia sol, sempre presente no céu sul-mato-grossense.
“Por se preocupar com a questão da sustentabilidade, o passeio ficou ainda mais interessante. O barco não faz barulho, e isso tem tudo a ver com o local em que é utilizado”, declarou Iasmin Terena, profissional de turismo em Bonito, que já experimentou o barco.
Breno Teixeira, do VisitBonito, guia online dos atrativos de Bonito, também fez o passeio e aprova a 100% a iniciativa. “O barco é muito silencioso e isso ajuda no passeio como uma excelente oportunidade para o turista se conectar com a natureza e aproveitar ainda mais as belezas à sua frente, incluindo uma mata ciliar linda”, comentou.
Um dos primeiros barcos brasileiros movidos à energia solar foi testado na Amazônia em 2008, quando uma pequena embarcação para quatro pessoas circulava nas águas do Rio Amazonas, para passeios ecológicos de hóspedes de um hotel da região.
Para seu funcionamento, dois painéis solares geram 150 watts cada um, com 21 volts de corrente. Esses painéis alimentam as baterias e o gerenciador de energia dos motores.
A energia solar também abastece uma bateria reserva para navegar à noite ou em tempo nublado ou chuvoso. O barco é equipado com um pequeno motor convencional movido a álcool e leva alguns litros do combustível para o caso de falha no sistema elétrico, na época, em fase de testes.
A velocidade atingida é de 25 quilômetros por hora, semelhante à de um pequeno barco tradicional na região, equipado com motor a diesel de 15 hp e com dez toneladas de peso. Além da sustentabilidade, pela geração de energia limpa, sem poluição na natureza, outra vantagem do modelo solar é o peso. Como o casco é feito em alumínio, o barco pesa apenas 250 quilos.