França proclama a Declaração dos Direitos das Árvores

As árvores também têm direitos na França! Contra os maus-tratos e pela preservação das árvores, a Declaração dos Direitos das Árvores foi proclamada no Parlamento francês. Um documento histórico apresentado pelos ativistas da associação ambientalistas ARBRES, que desejam tornar-se universais e abrir caminho para uma nova legislação capaz de reconhecer a árvore como um ser vivo.

Oxigênio, água, regulação da atmosfera, compensação de emissões de CO2, fertilidade do solo, animais, plantas e insetos: o universo das árvores é único e indispensável que devemos proteger. Mas todos os dias somos obrigados a lidar com a imensa redução do patrimônio florestal do planeta.

A árvore é um ser vivo fixo que, em proporções comparáveis, ocupa dois ambientes distintos, a atmosfera e o solo. Raízes se desenvolvem no solo, que captam água e minerais. A coroa cresce na atmosfera, que captura dióxido de carbono e energia solar. Por este motivo, a árvore desempenha um papel fundamental no equilíbrio ecológico do planeta“.

Este é o primeiro artigo da Declaração dos Direitos das Árvores, que representa um marco em defesa destes monumentos milenares, lendários e majestosos, preciosos para as nossas vidas, e contra o desaparecimento das florestas em todos os cantos do globo.

A Declaração dos Direitos das Árvores

Este texto visa mudar o olhar e o comportamento dos homens, conscientizando-os sobre o importante papel que as árvores desempenham na vida cotidiana e no futuro, abrindo caminho para mudanças legislativas rápidas em nível nacional“.

E, de fato, nos cinco artigos que compõem a Declaração, faz-se um apelo ao bom senso humano porque já não é mais possível viver sem considerar o ciclo de vida das árvores, o equilíbrio ecológico e a biodiversidade que dele dependem.

Como? Observando que uma árvore tem pleno direito à sua integridade física (galhos, tronco e folhagem) e subterrânea (raízes). A alteração desses órgãos enfraquece-a seriamente, assim como o uso de pesticidas e outras substâncias tóxicas.

A Declaração também apela à proteção das árvores monumentais. Algumas árvores consideradas notáveis ​​por suas idades, aparência ou por suas histórias, merecem atenção especial constituindo um patrimônio bio-cultural comum.

Um documento, em suma, que pode ser útil em todos os países para apontar a necessidade de definir as áreas de conservação do patrimônio paisagístico, beneficiando-se de uma maior proteção para todos os tipos de arbustos.

DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DA ÁRVORE proclamada no Simpósio realizado na Assembleia Nacional. no dia 05 de abril de 2019

Artigo 1 A árvore é um ser vivo fixo, que, em proporções comparáveis, ocupa dois ambientes distintos: a atmosfera e o solo. No solo, desenvolvem-se as raízes, que captam água e minerais. Na atmosfera, cresce a copa, que captura dióxido de carbono e energia solar. Devido a essa condição, a árvore desempenha um papel fundamental no equilíbrio ecológico do planeta.

Artigo 2 Sensível às mudanças do seu meio ambiente, a árvore deve ser respeitada como um ser vivo, não pode ser reduzida a um simples objeto. Ela tem direito ao espaço aéreo e subterrâneo de que precisa para realizar o seu pleno crescimento e atingir as suas dimensões adultas. Nestas condições, a árvore tem direito ao respeito à sua integridade física, seja aérea (ramos, tronco, folhagem), seja subterrânea (rede de raízes). A alteração desses órgãos a enfraquece seriamente, assim como o uso de pesticidas e outras substâncias tóxicas.

Artigo 3 A árvore é um organismo vivo cuja longevidade média ultrapassa em muito a do ser humano. Ela deve ser respeitada durante toda a sua vida, com o direito de se desenvolver e de se reproduzir livremente, do nascimento até a morte natural, seja ela uma árvore da cidade ou do campo. A árvore deve ter direitos legais, incluindo as regras que regem a propriedade humana.

Artigo 4 Algumas árvores consideradas notáveis ​​pelos homens por sua idade, aparência ou história, merecem atenção adicional. Ao se tornar uma herança biocultural comum, elas adquirem um status mais elevado, que faz com que os seres humanos as protejam como “monumentos naturais”. Elas podem ser registradas em uma zona de preservação do patrimônio paisagístico, beneficiando-se, dessa forma, de maior proteção e valorização por razões estéticas, históricas ou culturais.

Artigo 5 Para atender às necessidades dos homens, certas árvores são plantadas e depois exploradas, fugindo assim aos critérios mencionados acima. No entanto, as modalidades de exploração das árvores florestais ou rurais deve levar em conta o seu ciclo de vida, a capacidade de renovação natural, os equilíbrios ecológicos e a biodiversidade. O objetivo deste texto é mudar o olhar e o comportamento das pessoas, de fazer com que se conscientizem do papel fundamental das árvores na vida cotidiana e no futuro, abrindo caminho para uma mudança rápida na legislação em nível nacional.”

Texto original francês da Declaração dos Direitos da Árvore.

O documentário

Por ocasião da proclamação da Declaração e para celebrar a natureza extraordinária das árvores, um documentário sobre as mais belas, mais antigas e surpreendentes árvores da França foi apresentado à Assembléia Nacional Francesa.

“Les Arbres remarquables”, “As árvores extraordinárias”, é o título do curta-metragem assinado por Axel Leclercq, uma viagem pelos mais belos arbustos da terra francesa, uma herança a ser compartilhada em uma excursão realmente sugestiva (trailer).

O objetivo? Trazer o público para a descoberta de um patrimônio desconhecido e convidar as autoridades a tomar medidas que irão protegê-lo permanentemente.

GreenMe