Agricultores transformam matéria orgânica em energia para usinas

Bagaço de cana e resíduos da granja de porcos movimentam as turbinas das fábricas na região de Itapetininga. Prática gera economia e diminui a poluição.

Agricultores e empresários da região de Itapetininga estão transformando sobras de matéria orgânica, como o bagaço de cana de açúcar em energia para movimentar turbinas em usinas. Além da economia, a prática aumenta a produção e reduz a poluição.

Segundo o gerente de uma usina em Cerquilho (SP), Aparecido Bicudo, a cana que é trazida do campo passa pelo processo de moagem antes de virar etanol ou açúcar.

O que sobra desse processo é o bagaço da cana, aproximadamente 2,5 mil toneladas por dia, que são reaproveitadas gerando energia que movimenta cerca de 20 turbinas da usina.

“Se a gente não tivesse o bagaço teria que comprar toda essa energia elétrica, isso já ocorreu no passado e esse custo agora seria inviável”, explica Bicudo.

Ainda segundo Aparecido, até a matéria orgânica que sai da limpeza do caldo de cana é reaproveitada, sendo usado como composto natural no campo.

Nesta mesma linha de preocupação ambiental, o diretor de um frigorífico em Boituva, Renato Sebastini, explica que há 4 anos os resíduos da granja dos porcos são armazenados, fermentados e utilizados como energia.

“Antes era feito o tratamento em estações controladas onde a gente tirava os resíduos e jogava na natureza. Hoje não, utilizamos 100% dos resíduos. O gás nocivo que antes iria para a atmosfera, por exemplo, é totalmente absorvido e queimado gerando energia”, conta Sebastini.

Ainda segundo Renato, o restante dessa matéria orgânica é utilizado como biofertilizante no campo. Com essas mudanças, ele ressalta que a economia na empresa chega a R$ 30 mil por mês.

Para o gestor ambiental Flávio Pontes, o ciclo de energia renovável volta para a natureza sem custo e poluição, porém explica que infelizmente nem todos pensam da mesma forma.

“Sem o reaproveitamento nós teríamos contaminação do solo por resíduos tóxicos, podendo chegar aos mananciais de água, comprometendo a água que consumimos no dia a dia. Então teríamos prejuízos em ter que retirar esses materiais da natureza”, afirma Pontes.

G1