Opção para casa, indústria e campo, energia solar ganha força no mercado.
Conhecida pelo calor intenso e por seu verão quase infindável, Mato Grosso sai na frente de muitos países europeus quando o assunto é incidência solar.
A vantagem no outro pólo, no que diz respeito ao assunto, está relacionada a informação e empreendedorismo dos que já há alguns anos adotaram a energia do como tecnologia indispensável às edificações. Por aqui a proposta dá sinais de expansão, especialmente pela versatilidade de sua aplicação e pelos benefícios ao bolso e à natureza.
A fonte fotovoltaica, 100% limpa, pode ser aplicada em imóveis residenciais, industriais e rurais, representando, a prazo nem tão longo, uma economia que pode praticamente reduzir em 95% a conta. Em Cuiabá o serviço é oferecido há dois anos pela Flowlight, responsável pela implantação de todo o sistema, que conta com placa, inversor, conexão e medidor. De acordo com o diretor de Engenharia da empresa, Fabio Wolf, o primeiro passo para a implementação é o cálculo do consumo do cliente.
A partir daí, as especificações técnicas tomam conta do investimento. Neste sistema, a energia fotovoltaica gerada a mais e é injetada na rede da distribuidora de energia elétrica, criando assim um crédito com validade de 60 meses junto a fornecedora. Se não forem compensados no local, os créditos poderão ser utilizados para compensar o consumo de outros locais desde que cadastrados para esse fim e com o mesmo titular seja para pessoas físicas ou empresas.
O procedimento, regulamentado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), também conta com isenção de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) tanto para o equipamento, quando para a troca de energia. “Você consegue pagar a usina em um período de quatro a sete anos, e com a própria redução do consumo, pagar o financiamento. Já conseguimos casos nos quais a parcela do financiamento acabava saindo menor do que o valor gasto com a conta.”
É possível ainda fazer a transferência dos créditos excedentes entre propriedades onde a conta de luz esteja sobre o mesmo CPF/CNPJ ou CPFs/CNPJs diferentes, desde que firmado em contrato. O usuário pode fazer isso através de cooperativas e consórcios sendo possível reunir um grupo e construir um gerador de energia solar maior, dividindo a produção. A opção se aplica a condomínios, onde a energia pode ser usado em áreas comuns e divida entre as contas de luz dos moradores.
Para as indústrias e os grandes consumidores como shoppings, supermercados, lojas de varejo, aeroportos, centros de distribuição e hotéis, Fabio aponta o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) como melhor opção. O recurso oferece prazo de 15 anos para pagar, com a possibilidade de 36 meses de carência.
Ele também defende a necessidade de um incentivo à pessoa física, por parte do governo, como já acontece no estado de Goiás, por exemplo. “Um programa para fomentar a atividade com taxas tão atrativas como a do FCO, cativaria um número significativo de consumidores de baixa tensão.”
No agronegócio, os gastos podem ser reduzidos especialmente em granjas e criadouros de modo geral, onde as quantias empregas com energia são exorbitantes. Assim, além das vantagens próprias do aparelho, o Banco do Brasil lançou o BB Agro Energia, um novo programa de linhas de financiamento voltado para o uso de energia renováveis no meio rural, tanto para pessoas físicas, jurídicas e cooperativas.A estimativa é que a instituição libere R$ 2,5 bilhões ainda neste ano.
O programa vai possibilitar a instalação de placas fotovoltaicas, aerogeradores ou biodigestores nos terrenos de modo a reduzir os custos de produção, transformá-los em autoprodutores, transferência de tecnologia ao campo e ampliação dos negócios com o setor agropecuário. As taxas variam de 2,5% até 12,75% ao ano e o prazo médio de 10 anos. O financiamento pode ir até 100% do projeto.